*Artigo baseado na comunicação em áudio realizada pelo Dr Thiago Constancio em 14/06/2019 para o CBEXs – Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde.
O mundo vem passando por transformações importantes em profundidade e velocidade no quesito tecnologia. Quando falamos especificamente no mundo digital, as pessoas e organizações têm se preocupado em como participar em tudo que está acontecendo, não deixando essa “onda digital” passar sem que a organização aproveite e desfrute dos seus principais benefícios.
A consultoria McKinsey&Company publicou no final de 2018 um levantamento chamado “Índice de maturidade digital: Brasil” em que avaliou processos de transformação digital em 124 companhias de oito segmentos.
Resultado interessante foi encontrado: as organizações que são mais maduras digitalmente tem resultados, em termos de taxa de crescimento de Ebitda (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações), 3 vezes maiores do que as demais empresas pesquisadas.
Este tema, portanto, começa despertar o interesse de várias organizações.
Em seguida, o Google lança em 2019 um “índice de maturidade digital” para entender como está o nível de maturidade dos internautas brasileiros, considerando que o impacto econômico dessas mudanças tanto em um nível individual, quanto nível da organização, são bastante importantes. O estudo encontrou uma correlação positiva entre renda e o índice de competências digitais. No limite, todas as competências combinadas podem ter um impacto de até +R$380 na renda mensal de um trabalhador, equivalente a quase 40% do salário mínimo.
Interessante, não é!? E aí começamos a olhar para organizações que estão dando certo, organizações que fizeram transição ou já “nasceram” tecnológicas.
Bill Gross tem um TEDx que fala sobre os fatores que foram mais importantes para que empresas de tecnologia tivessem sucesso, entre elas o Facebook, Linkedin, Amazon… Foram entrevistados executivos de 200 empresas. Os três primeiros fatores são:
Timing: a hora certa de fazer a mudança, tomar a decisão.
Capacidade de execução; Equipe qualificada;
Ideia, em terceiro.
Depois vem modelo de negócios, recursos, orçamento, enfim, a questão é que a hora de fazer a mudança, de tomar a decisão é o ponto mais importante para o sucesso destas empresas, segundo elas próprias.
Daí, o NHS – Serviço Nacional de Saúde Britânico – que admiramos e acompanhamos bastante no Brasil, fez uma publicação também falando “atenção, precisamos preparar a força de trabalho para entregar o futuro digital da saúde.” Ou seja, um ponto de inflexão nas organizações, um ponto de preocupação com esse futuro, já está dado. E aí como as organizações, então, alcançam essa maturidade digital que tanto se discute e se apresenta como necessidade premente?
Na nossa visão, não há como isso acontecer na organização sem que as pessoas desenvolvam a tal fluência digital…
E o que é fluência digital, Thiago?
Bom, entendemos como fluência digital a capacidade das pessoas de dominarem um novo glossário de expressões, de palavras, de métodos, de atividades que estão dentro desse mundo digital, ou seja, a forma de fazer as coisas mudou. A maneira de aprender, mudou. A maneira de fazer negócios, comercializar, mudou. A maneira de se relacionar com nossos pacientes, clientes, muda drasticamente, dia após dia, e as organizações precisam se preocupar com isso, se adaptar. Não é algo somente para o pessoal de Tecnologia da Informação (TI)…
Pela experiência do Medportal, que passa por vários hospitais e outras organizações de saúde, ministrando workshops, desenvolvendo plataformas de ensino corporativo online para estas instituições, nós notamos que mais 90% das unidades de saúde no país educam e treinam como no século 19, reunindo as pessoas presencialmente nos auditórios, de forma passiva, transmitindo conteúdo em via de mão única o conteúdo.
O ponto chave aqui é que já sabemos que os resultados desse modelo não atendem mais a toda essa dinâmica de mudanças e inovações que vivemos, bem como os resultados que precisamos alcançar e entregar nos dias atuais. Dessa forma, a maneira de educar e de treinar, precisa também mudar. Não somente no colorido da foto, mas na essência, no modelo…
Por isso, parece-nos um contrassenso a instituição tentar desenvolver maturidade digital e manter-se educando e treinando analogicamente. Chamamos atenção para isso, a importância, então, de desenvolver fluência digital, colocando a “mão na massa”, utilizando métodos digitais para desenvolver essa maturidade. Essa maturidade não é adquirida sem a experimentação. A mudança de mindset e experimentação são cruciais para desenvolver capacidades dinâmicas, capacidades digitais e a organização conquistar mais e melhores resultados em termos de performance, em termos de geração de valor para sua clientela.
Concluo este breve artigo indicando para você algumas leituras e um video bastante relevantes. Destaco dois livros. O primeiro livro chama-se (i) “Multimedia Learning” do Richard E. Mayer, que nos apresenta variadas possibilidades para inovar e ter melhores resultados em termos de aprendizagem e engajamento nos programas de educação atuais. O outro livro é do (ii)Calhoun W. Wick, 6Ds – As seis disciplinas que transformam educação corporativa em resultados para o negócio, que trata e apresenta metodologia prática sobre como educar para resultados no mundo corporativo, envolvendo modelos híbridos. A terceira indicação é o (iii) vídeo da Jaqueline Weigel – Transformação digital exige mudanças imediatas (youtube) que discute como os executivos devem lidar com estas mudanças no mundo digital.
Estes são conteúdos obrigatórios para os hospital e outras instituições de saúde que buscam a excelência nesse admirável mundo novo. O Mundo está mudando rápido demais…
E você, já desenvolveu fluência digital?
Um abraço,
Dr. Thiago Constancio
CEO do Medportal

thiagoconstancio
Médico Empreendedor. CEO Medportal. Doutorando em Estratégia e Inovação no IE/UFRJ.
https://br.linkedin.com/in/thiagoconstancio
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