Dicas para criação de conteúdo digital para médicos

A educação digital voltada para médicos requer alguns cuidados. Compilamos algumas dicas neste artigo.

A produção de conteúdo digital para médicos requer cuidados e a observação de algumas especificidades. Isso porque trata-se de um público com uma rotina de trabalho muito particular, além de contarem com uma gama de conteúdos já disponíveis – tanto online, quanto presencial – e que ainda estava sobrecarregado durante a pandemia.

Por isso, a produção precisa cumprir de antemão algumas exigências para que, logo num primeiro momento, a atenção dos médicos seja captada. Para a elaboração deste artigo, entrevistamos duas profissionais que estão à frente da criação e estruturação de conteúdo de ensino digital em suas empresas, ambas parceiras do Medportal.

A partir da experiência das duas, criamos alguns tópicos destrinchando o assunto. Assim, desde já, agradecemos a atenção e disponibilidade da gerente de Educação Corporativa da Takaoka Anestesia, Ana Paula Pimenta; e da gerente médica da Aspen Pharma, Dra. Rosana Decotelli.

Cocriação

A fim de que o médico não sinta que determinado conteúdo seja somente mais um dentro de um oceano de informações, é preciso, antes de qualquer coisa, entender ao que ele gostaria de ter acesso dentro da plataforma.

Para que não tropecemos em erro, o caminho mais garantido é o da cocriação: ou seja, envolver os profissionais na construção de conteúdo. “Realizamos foccus group com alguns médicos para entender quais eram as principais necessidades, os temas mais relevantes para que assim, pudéssemos produzir os conteúdos”, observa Ana Paula, contratada especialmente para desenvolver a área de educação corporativa  da Takaoka Anestesia – que hoje conta com mais de 300  anestesistas atuantes em quatro grandes hospitais da capital paulista e ao lado de cirurgiões de renome.

Já a Dra. Rosana lembra que, hoje em dia, a apresentação por si só de dados ou artigos científicos não é mais capaz de prender a atenção, como ocorria tempos atrás. “Hoje o acesso às publicações científicas é bastante simples e fácil, muitas vezes os estudos chegam no nosso e-mail sem nem buscarmos. Por isso, para produção de conteúdo, convidamos os experts no assunto, para que compartilhem suas experiências, e falem como aplicar a melhor evidência científica na prática clínica.”

Deparamo-nos, assim, com um novo desafio: a forma.

Interatividade

Além do conteúdo prime e certeiro, é preciso levar o formato em consideração. Não é mais possível cativar um público exigente e muito ocupado com uma simples aula expositiva. “Nossos eventos são mais interativos, há mais bate-papo, discussão de casos clínicos, simulação realística – e menos aula com explanação de dados. Os profissionais estão entediados dos mesmos formatos tradicionais”, conta Dra. Rosana.

Ana Paula lembra também que os cursos on-line não podem ser muito longos, uma vez que o médico geralmente não tem um grande intervalo de tempo disponível; além disso, aulas muito extensas dificultam a absorção.

“Os vídeos devem ter de cinco a  oito  minutos. Há conteúdos, por exemplo, que têm até uma hora de duração, mas foram editados e divididos em várias aulas”, explica Ana Paula. 

Divulgação e aceitação

Mesmo com todo cuidado na seleção do material e no jeito de apresentá-lo, é comum haver uma resistência inicial a tudo o que é novo; faz parte da natureza humana.

Um caminho para ampliar a aceitação, relatado por ambas as especialistas, é contar com o apoio das lideranças. A Takaoka Anestesia, por exemplo, além do apoio da área de marca e comunicação , recorreu aos seus gerentes de unidade, presentes em cada um dos hospitais que atendem. Foram eles que reforçaram a divulgação e auxiliaram no “barulho interno”.

Além disso, os gerentes têm o poder de determinar que alguns cursos sejam obrigatórios às suas equipes. “Também lançamos este ano um programa de educação médica que reconhece , através de pontos, os profissionais de acordo com as atividades de educação que realizam. Isso aumentou o engajamento”, revela Ana Paula.

Em um segundo momento, quando o conteúdo se torna mais conhecido e o uso da plataforma consolida-se – a mais simples, tradicional e garantida forma de divulgação entra em ação: o boca a boca. “A partir de então houve uma procura e uma adesão maiores, o que nos deixou muito satisfeitos”, diz a Dra. Rosana. Para se ter ideia, a Aspen Pharma já soma 28 mil visualizações de conteúdo em mais de 70 instituições de saúde, apenas no ecossistema Medportal.

Feedback

Para que o ciclo virtuoso se feche, é preciso que as ferramentas digitais disponibilizem espaço para o feedback dos usuários – e, se possível, de pacientes e outros profissionais envolvidos. Só assim é possível deduzir se a rota está adequada, ou se correções precisam ser feitas.

“Ao final dos cursos os médicos avaliam o conteúdo e nos dizem se o que foi apresentado poderá impactar positivamente em seu dia-a-dia.  Importante que o conteúdo seja sempre atualizado, garantindo que os profissionais tenham acesso ao que há de mais novo em relação ao procedimento e/ou  técnica apresentada, já que nosso objetivo é capacitar os médicos para garantir o melhor cuidado aos nossos pacientes”, argumenta Ana Paula.

Da mesma forma, a aplicação imediata do conteúdo do curso aumenta a chance de um retorno satisfatório. “Recebemos muitos feedbacks positivos. Já comentaram que as informações são valiosas, que determinado conteúdo poderia ser utilizado em prática clínica no dia seguinte – ou ainda: fiquei acordado durante o evento, que bom!”, brinca Dra. Rosana.

Segundo ela, produzir conteúdo digital dá muito mais trabalho, pois requer sair do óbvio, do lugar-comum. “É preciso pensar no outside the box e ousar. Mas, é um esforço que vale a pena, o resultado compensa”.

Gostou do nosso conteúdo? Aqui em nosso blog há outros materiais que lhe darão apoio para a implantação ou desenvolvimento da educação digital em saúde. Se precisar de qualquer ajuda, estamos à disposição. Entre em contato!

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