A educação precisa, cada dia mais, ter o digital como uma das plataformas básicas para cativar alunos, especialmente as gerações mais jovens. Como disse no fim dos anos 1960 um dos mais conhecidos e influentes teóricos da Comunicação, o canadense Marshall McLuhan, o “meio é a mensagem”. Quase 60 anos depois, ele não poderia estar mais correto.
“A tecnologia está deixando de ser só um meio para ter também um caráter de mensageira. As pessoas querem, desejam, têm interesse e se engajam por meio da tecnologia”, afirmou o CEO do Medportal, Thiago Constancio, em bate-papo on-line com o médico-gerente do departamento de Educação Continuada do Imed Group, Alexandre Ísola. O encontro serviu como uma preparação para o II Simed – Simpósio Imed de Cuidados do Paciente Crítico, que foi realizado na última semana.
Segundo Constancio, cada vez mais é preciso revestir o momento do aprendizado com o fator tec. “Trata-se de uma revolução. A forma de aprender mudou; a tecnologia é condição sine qua non para termos os melhores desempenhos – principalmente para as gerações mais novas”, ponderou.
Covid e multilearning
Se o mundo já vinha em um processo de transposição de consumo de informação e conteúdo permeado pelas plataformas digitais, durante a pandemia do novo coronavírus essa transição se tornou urgente para a manutenção das instituições.
Além disso, neste atual cenário de incertezas, passou a ser mais do que necessário primar pela eficiência operacional, com o uso mais racional possível dos recursos. E isso casou em cheio com o gosto crescente das pessoas pelas plataformas digitais.
“Com a tecnologia, conseguimos entregar conteúdo apropriado para determinado contexto e segmento profissional. O que não era realidade há pouco tempo – e ainda não é para a maior parte das instituições, em que se entregam pacotes prontos, fechados de conteúdo, para grupos extremamente diversos”, apontou Constancio.
Esse contexto explica um dos conceitos mais valorizados hoje em dia pelas plataformas de educação: o multilearning, que usa estratégias híbridas de ensino e transmissão de conteúdo, sejam elas digitais, presenciais ou as chamadas figital – em que ambas ocorrem simultaneamente. Assim, pessoas com necessidades e ritmos diferentes aprendem como melhor convém a elas.
Locomotiva econômica
Além de sua justa e digna missão de entregar a melhor assistência ao paciente, curando-o ou prevenindo doenças, o setor da saúde é também uma potência econômica, com alto nível de empregabilidade. Durante a pandemia, em que praticamente todos os setores recuaram, por motivos óbvios, o de saúde continuou a contratar.
Com isso, a demanda por tecnologia para capacitar e ajudar esses profissionais, que chegam a não se tornarem obsoletos depois de quatro ou cinco anos, também é crescente. “Qual o desafio para as lideranças? É ser eficiente usando a tecnologia, para que ela gere o máximo de benefícios para esse novo contingente de pessoas direcionadas ao cuidado”, alertou Constancio.
Para ele, isso acontece quando a liderança consegue oferecer oportunidades de desenvolvimento a seus profissionais, como formar de atrair as pessoas a conteúdos importantes não só à instituição, mas também para que cada uma delas encontre sua essência.
“Você só consegue ir para o alto desempenho, a performar acima da média se tem paixão pelo que faz. Para isso, vocação não é suficiente; tem também a lágrima da disciplina que faz o sujeito ir além e se entregar ao processo de aprendizado e excelência”, concluiu o CEO do Medportal.