Fórmulas infantis: quando devo prescrever opções que substituem o leite materno?

Neste artigo, confira orientações valiosas sobre a prescrição de fórmulas infantis que substituem o leite materno para crianças

Texto: Nathália Sousa, da Sanar*

Você sabia que apenas 40% das crianças com menos de 6 meses de idade do mundo recebem aleitamento materno exclusivo (AME)?

No Brasil, apesar da melhoria dos indicadores de aleitamento materno, diversas pesquisas mostram que há uma tendência à estabilização dos índices nos últimos anos, com apenas 36,6% dos bebês recebendo AME até os 6 meses de vida.

Vale ressaltar que o aleitamento materno é o alimento mais adequado para o lactente nos primeiros 6 meses. Contudo, as fórmulas infantis buscam se assemelhar ao leite materno e podem ser receitadas em condições médicas e/ou nutricionais específicas.

O que é o aleitamento materno e por que o médico precisa saber sobre o tema?
Aleitamento materno é caracterizado como o recebimento de leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente da criança receber ou não outros alimentos.

Apesar de muitos estudos já terem mostrado a importância do leite materno e da amamentação e de um grande número de profissionais serem favoráveis ao estímulo do aleitamento, a prevalência do aleitamento materno no Brasil está diminuindo.

Essa diminuição do aleitamento materno pode estar ocorrendo por diversos fatores, dentre os principais, estão:

● Mulheres se sentem desamparadas, com muitas dúvidas e incertezas durante o processo;

● Falta de profissionais dispostos a dar um suporte ativo e informações precisas.

Assim, observa-se a relevância do papel dos profissionais de saúde para o aumento da prevalência do aleitamento materno.

Em quais situações é recomendada a substituição do leite materno?
Existem algumas situações específicas que a lactante é recomendada pelo pediatra a fazer a substituição do leite materno, mas essa indicação pode não ser definitiva.

Por exemplo, se uma lactante apresenta fissuras nas primeiras semanas de vida do recém-nascido, ela pode introduzir a fórmula por um curto período de tempo e em pequenos volumes.

Contudo, em algumas situações, o uso de fórmulas é obrigatório. São elas:

● Mães infectadas pelo vírus HIV;

● Mães infectadas pelos vírus HTLV1 e HTLV2;

● Criança portadora de galactosemia;

● Psicose puerperal

Para as crianças que necessitem utilizar fórmulas infantis, a introdução de alimentos não lácteos deverá seguir o mesmo padrão preconizado para aquelas que estão em aleitamento materno exclusivo (a partir dos 6 meses).

Quais as principais fórmulas infantis prescritas?
As fórmulas infantis são feitas a partir do leite da vaca. Contudo, apresentam modificações importantes na sua composição. Essas modificações são realizadas para que as necessidades nutricionais do lactente sejam supridas.

Para serem comercializadas, as fórmulas lácteas infantis precisam seguir as rígidas exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Atualmente, a fórmula láctea é a melhor alternativa disponível. O principal objetivo dessa fórmula é garantir a oferta nutricional de uma criança com idade inferior a um ano que não recebe leite materno em quantidades suficientes.

Como escolher a melhor fórmula infantil para o meu paciente?
O pediatra deve estar atento que há diferentes linhas de fórmulas lácteas que podem ser ofertadas por uma mesma empresa. No mercado, é possível encontrar fórmulas com valores mais acessíveis e outras de preço mais elevado. Para fazer essa escolha, é necessário estar atento também ao poder de compra da família.

No geral, a primeira e a segunda linha das fórmulas lácteas de cada empresa são semelhantes. O que varia são características relacionadas à qualidade e quantidade dos ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longas (LCPUFAs). Esses compostos são essenciais para o adequado desenvolvimento neurológico destas crianças.

Além disso, as fórmulas também devem ser escolhidas levando em consideração a idade dessas crianças:

● Fórmulas infantis de partida: para lactentes do nascimento até seis meses

● Fórmulas infantis de seguimento: para lactentes a partir dos 6 meses

● Fórmulas infantis de primeira infância: para crianças de 1 a 3 anos

No quadro a seguir, disponibilizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, é possível observar as características de regulamentação e composição de nutrientes dos substitutos do leite materno:

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012.

Quer saber mais sobre como as fórmulas infantis surgiram e detalhes da melhor forma de prescrevê-las? Você pode conferir a coluna completa da Dra. Nathália Sousa no sanarmed.com.

*Este texto foi originalmente disponibilizado na plataforma SanarMed e disponibilizado ao Medportal a partir do Interact – Healthcare Educational Program.

Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção à Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Manual de orientação: departamento de nutrologia . Acesso em 10 de Outubro de 2022.

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