Desafios na Capacitação e Atualização dos Profissionais de Saúde: Entrevista Exclusiva

Diversos são os desafios dos hospitais e demais instituições de saúde na capacitação, qualificação, atualização, suporte e acompanhamento dos seus colaboradores. Manter o corpo clínico, sobretudo médicos e enfermagem, altamente motivado, atualizado com as diretrizes técnicas mais recentes, capacitado do ponto de vista de inteligência emocional, alinhado ao perfil institucional (atendimento, cordialidade, proatividade, organização, higiene, etc) e, principalmente, ciente e atuante do preconizado nas diretrizes e protocolos instituídos em cada Hospital são metas importantes para todos os níveis da gestão. Recentemente tivemos a oportunidade de entrevistar o Coordenador do Depto. de Educação Continuada do imed Group, Dr. Alexandre Ísola, sobre capacitação e atualização de profissionais de saúde. Confira abaixo:
 
Medportal:
Hoje conversaremos sobre questões relacionadas à capacitação e atualização de profissionais de saúde com o Dr. Alexandre Marini Ísola, médico pneumologista e intensivista com MBA em Administração Hospitalar e serviços de saúde; Coordenador do Depto. de Educação Continuada no Imed Group.
Antes de tudo agradecemos ao Dr. Alexandre pela disponibilidade, pelo seu tempo, pela honra de doar este tempo para conversarmos a respeito deste tema tão interessante. Muito obrigado Dr. Alexandre!
Dr. Alexandre:
“Boa tarde! Muito obrigado pelo convite. Fico muito honrado em poder participar. ”
Medportal:
Inicialmente gostaria que o senhor falasse um pouco da sua atuação no imed Group, como se estabelece o dia a dia, as rotinas. De que maneira vem se organizando e estruturando no que concerne a esta questão de capacitação e atualização dos profissionais de saúde nos hospitais em que vocês atuam?
Dr. Alexandre:
“O imed Group é uma das maiores empresas de prestação de serviços médicos no Brasil e nós atuamos basicamente na linha de cuidados críticos, com a prestação de serviços assistenciais (medicina intensiva, emergência e medicina hospitalar, conhecida por muitos como Hospitalismo), como também na linha de cuidados ambulatoriais, em Cardiologia. Somos mais de mil médicos e precisamos manter todos atualizados, garantindo uma linha de qualidade de excelência em atendimento.
A diretoria da empresa decidiu investir na estruturação de um departamento específico para a Educação Continuada dos médicos da empresa, onde nós vamos usar as ferramentas necessárias visando manter a equipe atualizada e também fidelizar o nosso médico, fazer com que ele entenda a sua participação dentro do processo de atendimento, não só para que a parte técnica seja adequadamente cumprida, mas também a parte comportamental de todos seja a melhor possível, levando satisfação para os nossos clientes, em sendo: nossos pacientes, seus familiares, nossos pares multiprofissionais, nossos contratante, enfim, todas as pessoas e empresas envolvidas na prestação de serviços pelo Imedgroup Brasil. ”
Medportal:
Como é a dinâmica desde a estruturação? A demanda de conteúdo precisa ser controlada? Como é organizado a nível estratégico, tático e operacional? Ou seja, como vocês organizam-se para geração de conteúdo e disponibilização dos mesmos para uma equipe enorme, com muitas pessoas envolvidas em diferentes localizações?
Dr. Alexandre:
“Um importante desafio em uma equipe tão grande é chegar a todos de uma forma homogênea e conseguir levar a eles este processo de educação. Como primeiro ponto, temos um departamento de qualidade muito forte, muito bem estruturado e que tem condições de fazer diagnósticos quando iniciamos com serviços novos e também uma monitoração contínua nos atuais serviços, visando encontrar eventuais gaps que possam ser sanados.
O departamento de qualidade tem um contato bastante estreito conosco no sentido de identificar onde podemos atuar e direcionar as metas de Educação Continuada.
A partir daí, traçamos um plano específico para cada necessidade, definindo as metas que queremos em termos de educação continuada.
Para isso, nós vamos usar recursos que existem no contexto educacional, utilizando-nos dos princípios da Andragogia, que permitirão embasar a criação de ferramentas apropriadas para o ensino do adulto. O ensino do adulto é bem diferente do ensino das crianças ou do adolescente. Nós precisamos criar e garantir a prontidão para o aprender. A prontidão para o aprendizado do adulto não é tão simples. E essas “cenourinhas” (estímulos) são uma das nossas necessidades para que o adulto perceba que ele tem gaps, que muitas vezes não são vistos por ele mesmo, e que estes gaps podem ser melhorados. Esses gaps não são somente técnicos, mas também comportamentais e de liderança. Assim sendo, procuramos utilizar métodos síncronos e assíncronos para fazer educação continuada, presenciais ou não, na empresa ou no local de prestação de serviço médico propriamente dito, de acordo com as necessidades e com o tipo de treinamento.
Na nossa área de atuação, é preciso também treinar habilidades; além disso, temos necessidade de treinar o raciocínio clínico, além de treinar a questão comportamental. Então, de acordo com o tipo de necessidade de treinamento, vamos usar a ferramenta mais apropriada. O Imedgroup tem investido na participação de seus líderes em cursos e congressos de simulação internacionais, no sentido de nos renovarmos e trazermos para a realidade do nosso país técnicas e recursos mais modernos em educação para adultos. Entre elas, a simulação realística, que é uma ferramenta muito rica em termos de treinamento, de aprendizagem, de reciclagem. Podemos fazer cursos presenciais onde realizamos este treinamento de habilidades em tempo real com os professores/facilitadores. Podemos também desenvolver uma ferramenta de aprendizagem à distância usando metodologia assíncrona. Nesse tipo de ferramenta, a pessoa vai ter o conforto de assistir a aula na hora em que quiser, no local em que quiser (desde que ela tenha acesso a internet), tendo acesso a um conteúdo de alta qualidade, a interagir com seu professor/ facilitador através de um fórum e, ao final da atividade, poder ser avaliado, sendo possível ao seu Coordenador acompanhar o seu desenvolvimento pessoal.
Para isso usamos uma plataforma que é justamente a plataforma do Medportal. Já temos uma parceria de dois anos com vocês e uma excelente experiência no sentido de tecnologia, que está cada vez mais se tornando importante nesta formação.
Nós desenvolvemos no nosso Portal do EAD (ead.imedgroup.com.br), Trilhas de Conhecimento dentro das quais o médico vai ser encaminhado de acordo com o serviço/área que ele está atuando.
O médico não precisa assistir apenas a trilha referente à sua área. Ele pode assistir ao conteúdo das trilhas de outras especialidades ou temas. Por exemplo, digamos que seja um emergencista, ele pode fazer a Trilha de Conhecimento em Emergência e a Trilha de Medicina intensiva. Do ponto de vista de avaliação interna, de exigências e necessidades, o médico tem que assistir, com aprovação, pelo menos a trilha de Emergência e a de Qualidade. Estas duas são obrigatórias para o médico que trabalha conosco em Emergência. Se ele for intensivista, ele terá que fazer a trilha de Intensivismo e a trilha de Qualidade. Ou seja, há um conteúdo minimamente obrigatório, porém, o conteúdo total do EAD é aberto para todos os nossos médicos das diferentes especialidades poderem se atualizar“
Medportal:
E esse conteúdo vocês mesmos fazem internamente? Ou seja, é você mesmo quem define os temas que precisam ser feitos? E como é de fato a produção deste conteúdo? Como vocês têm feito atualmente? Acho que é uma experiência muito interessante para compartilhar. Vocês têm muito conteúdo, conteúdo rico. Imagino que seja um desafio definir quais são os cursos a serem feitos e de fato produzi-los.
Dr. Alexandre:
“Todos os nossos cursos, sejam eles presenciais ou sejam eles uma Trilha no EAD, possuem um Coordenador Técnico. Esse Coordenador Técnico é quem vai avaliar quais são as principais demandas em conjunto comigo, visando criar uma lista de aulas a serem gravadas. Nós convidamos médicos, se possível dentro na nossa própria equipe do Imed Group (visando legitimar o processo e incluir as pessoas, ser um processo inclusivo). Se porventura não tivermos na nossa equipe uma pessoa para ensinar sobre determinado tema, então convidamos alguém de fora do Imedgroup para gravar essa aula. Por exemplo, por ser intensivista, eu mesmo coordeno a Trilha de Medicina Intensiva e faço o acompanhamento das novidades com os demais colegas, que também são Coordenadores de Serviço, a fim de saber quais são as demandas que eles possuem, para que possamos definir os temas e convidar professores que possam ministrar estas aulas.
As aulas são gravadas em nosso estúdio, uma empresa especializada faz a edição final e eu mesmo coloco as aulas no EAD e faço toda a gestão desse processo, já que o sistema da Medportal é fácil de usar. Fazendo o treinamento inicial, você consegue manipulá-lo bem. ”
Medportal:
E os desafios? Quais têm sido as maiores dificuldades que vocês têm enfrentado? Imagino que não seja um trabalho muito simples.
Dr. Alexandre:
“É aquilo que eu estava comentando no início. Dentro da andragogia, criar a prontidão para aprender, isso é algo desafiador. Hoje a maioria das pessoas gerenciam muito mal o seu tempo pessoal. O gerenciamento de tempo é uma coisa muito complicada. Nós fizemos algumas pesquisas internas para saber quais as dificuldades do médico para se dedicar a sua própria educação, e a gente percebeu que a primeira resposta foi: “Não tenho tempo”.
Não ter tempo é uma coisa “normal” porque demandas novas acontecem a toda hora. É esperado que, se você não se organizar, você vai ficar sempre “sem tempo”. É preciso fazer o tempo, criar o SEU tempo. Você é dono da sua vida, então se você estabelecer uma lista de prioridades, você vai conseguir criar esse tempo e vai conseguir então, ABRIR tempo na sua grade pessoal para poder se atualizar.
Desde a entrada do médico no Imedgroup, mostramos para o profissional que ele será avaliado do ponto de vista do seu desenvolvimento pessoal, onde o Coordenador dele vai estabelecer o que é esperado como um acordo: “preciso que você faça estes cursos, estas atualizações neste período. ”
À medida que for sendo avaliado com relação ao seu desenvolvimento, desempenho e sua colaboração, o médico vai avançar na carreira dentro do Imedgroup baseado em meritocracia.
É muito importante estimular e aplicar a cultura da meritocracia em nosso país. Pessoas que se desenvolvem, se dedicam, se comprometem com o processo de uma forma intensa têm que ser valorizadas e reconhecidas. Aqui dentro da empresa estamos fazendo isso, mostrando para as pessoas que elas têm espaço para crescimento. A educação continuada é um destes espaços, é uma destas vias onde nosso médico pode se desenvolver e mostrar interesse em melhorar. ”
Medportal:
Então o senhor diria que o maior desafio na realidade é o envolvimento do profissional nesse programa, o engajamento do mesmo? Porque esta questão da falta de tempo das pessoas torna esse engajamento difícil, necessitando de ferramentas de motivação, gamefication; que é um desafio grande, mas contornável, certo?
Dr. Alexandre:
“A gente sempre faz avaliações prévias e posteriores para ver o quanto o profissional cresceu. Pesquisa pós-cursos são essenciais na complementação da Gestão do Conhecimento, para ver se o conhecimento oferecido mudou a realidade onde o profissional presta serviço, porque não adianta a pessoa fazer um curso e até passar em uma prova, se ela não muda nada no seu dia-a-dia, se ela continua com os mesmos gaps, com os mesmos problemas que ela tinha antes da ação de desenvolvimento.
Elaborar, criar, executar e aplicar, seja o curso presencial ou a distância, é um processo trabalhoso. Mas eu tenho a impressão que apesar disso, é a parte menos difícil. Saber se isso impactou na vida do indivíduo que recebeu a ação de desenvolvimento e, mais ainda, se isso impactou lá na frente na qualidade do atendimento prestado ao paciente, isso é uma de nossas metas mais importantes.
Para isso precisamos comprometer as pessoas o máximo possível. Que elas sintam que não acabou a educação no momento em que concluiu a faculdade ou a residência, muito pelo contrário: que ela tem o tempo todo que estar lendo coisas novas e reciclando conhecimentos que perdemos se não usarmos, por exemplo. Às vezes ficamos sem ler alguma coisa, aquilo fica desatualizado ou a gente esquece mesmo; é da natureza humana esquecer! Então é preciso estar sempre revendo e mantendo treinada a nossa equipe.
A educação continuada hoje é um caminho obrigatório e essencial. Mas para que agregue real valor, ela precisa se reinventar continuamente. Esse valor tem que ser agregado ao médico, aos nossos contratantes, e por fim aos pacientes!
Em qualquer canto, em qualquer lugar do mundo, as pessoas têm que se revalidar, comprovando que ainda possuem a mesma capacidade demonstrada no passado, por exemplo, há alguns anos atrás. A educação continuada também tem papel nesse processo.
Outro ponto: Às vezes as pessoas gastam dinheiro para ir em determinados eventos, congressos (que são caros), ou então cursos presenciais que elas resolvem fazer, sem saber que há muita informação gratuita de qualidade na Internet, bem como recursos que a própria empresa oferece com ferramentas semelhantes, e elas simplesmente não as usam! Nós realmente precisamos criar a prontidão para o aprender. Não é fácil, é um exercício diário. Nós estamos aqui descobrindo e reinventando como fazer para que as pessoas realmente se comprometam e se empolguem com seu próprio processo de desenvolvimento. ”
Medportal:
E esse desafio não está só na mão do profissional. Vemos que até a questão de mudança de mentalidade, de esforço nesse sentido de caminhar para uma cultura de treinamento constante, isso tem que partir também da gestão. Vemos que isso acontece no imed Group e em algumas instituições, é uma co-responsabilidade, digamos assim, não só do colaborador, mas também dos gestores.
Dr. Alexandre:
“Sem dúvida A ideia é que o médico tenha a clara percepção que a empresa está comprometida em investir nele, no seu desenvolvimento pessoal, técnico e comportamental. Que ele perceba que essa decisão vem da direção para a ponta, ou seja, que a empresa tem compromisso de oferecer estas ações de desenvolvimento e levá-las até ele. Quem se dedica, quem se compromete, vai ser mais valorizado, dentro da meritocracia. Então, sem dúvida alguma, a decisão para implementação desse processo tem que vir da alta direção, como é o caso do Imedgroup Brasil. Tem que estar arraigado na Instituição.
Medportal:
Na cultura mesmo, certo?
Dr. Alexandre:
“Exatamente. Tem que ser cultural. ”
Medportal:
Dr. Alexandre, o senhor está sempre, além desse seu envolvimento direto no IMED, frequentando congressos, meios e redes relacionadas a esta questão de atualização e treinamento. O que o senhor tem visto de mais moderno? Você já citou algumas que acontece lá fora e que o imed Group vem acompanhando e instituindo aqui no Brasil. O que mais o senhor tem visto de novas tendências do ponto de vista de capacitação e atualização dos profissionais sobretudo na área da saúde? A gente vê muitas vezes a área da saúde chegando um pouquinho atrasada, depois dos outros setores e por outro lado enxerga que nas instituições de ponta, nos grupos em que há esse tipo de preocupação, muitas vezes questões de vanguarda são iniciadas também na área de saúde. Então o que o senhor tem visto que possa compartilhar conosco e com quem vai acompanhar esse nosso papo?
Dr. Alexandre:
“Na verdade, o que hoje nós temos visto de uma forma bastante intensa em termos de vanguarda, do ponto de vista educacional, é a questão de comportamento pessoal. A parte técnica de cada um, como eu disse anteriormente, já foi conquistada e comprovada quando foram habilitados, então, de alguma forma, todos têm algum grau de conhecimento técnico, que pode e deve ser sempre reciclado. No entanto a parte de comunicação, a parte comportamental e de relacionamento interpessoal ainda é muito, muito problemática.
No Departamento de Educação Continuada do Imedgroup Brasil, criamos e promovemos cursos só para comunicação em situações difíceis, para desenvolver habilidades em gestão de conflitos, e também cursos de relacionamento entre pares, relacionamento interpessoal, visando desenvolver mais a empatia no relacionamento com todos à nossa volta, como transmitir melhor a informação, transmitir o seu modelo mental. À medida em que condutas terapêuticas podem cada vez mais ser traduzidas em algoritmos, já vem sendo demonstrado que o tratamento – do ponto de vista técnico – até mesmo possa vir a ser proposto por um computador e um software apropriados no futuro. No entanto, o tratamento médico efetivo e que fará a diferença sempre dependerá do relacionamento profissional-paciente e profissional-equipe. Essa será a medicina do futuro: interpretar esses algoritmos e traduzir para nossos pacientes a melhor conduta, usando empatia e compaixão na construção do relacionamento interpessoal. Isso nenhuma máquina poderá substituir. Essa forma de atuação levará o paciente/familiar a ter uma percepção diferenciada do que está recebendo, podendo superar suas expectativas. “
Medportal:
De percepção do tratamento?
Dr. Alexandre:
“Exatamente. A comunicação pode impactar, por exemplo, no entendimento pelo paciente da sua conduta. Por exemplo, você vai atender um paciente e ao final da consulta você passou várias orientações para esse paciente e você diz: “entendeu, tudo certo”? Essa é uma pergunta inapropriada, pois é indutiva da resposta. A pessoa poderá responder: “Entendi”, mas, de fato, há uma chance de ela não ter entendido plenamente, a depender de diversos fatores. Nós, médicos, não podemos ser um desses fatores.
E é muito fácil hoje fazer a técnica do ‘teach back’. Você diz: “Muito bom Sr. João, para eu saber que tudo ficou claro para o Sr., peço que repita para mim o que o Sr. entendeu. ” É o momento de realmente percebermos se houve falhas na transmissão da informação, podendo corrigi-las. ”
Medportal:
É uma técnica simples que as vezes o médico nunca utilizou.
Dr. Alexandre:
“Melhorar seu relacionamento e sua comunicação com o paciente tem a ver com a aderência ao tratamento, com o sucesso final do tratamento. Se ele não entendeu, não vai tratar direito; pode até se prejudicar. Em nossos cursos presenciais usamos o que é chamado de SP’s (Standardized Participants). São atores especializados que vão fazer papel de família, o papel de médico ou outro profissional da saúde. Esses atores vão participar de cenários específicos de situações cotidianas e situações de comunicação difícil. Situações delicadas, onde o médico tem que apurar sua capacidade de empatia, negociação, percepção; se colocar no lugar do outro e tratar os pacientes com compaixão.
Isto é algo visto por muitas pessoas como algo piegas, “Ah, compaixão”. Não! Compaixão é exatamente ter empatia pelo problema do outro e tentar minorá-lo. Então não é piegas, não é sentimentalismo barato. Todos temos compaixão, em maior ou menor grau, nas mais diferentes situações.
Às vezes eu escuto de alguns colegas: “Ah, eu nasci sem compaixão, eu nasci sem empatia” Não! Não existe isso. Alguns têm um desenvolvimento pessoal mais acentuado nesse sentido, pela sua formação, pela sua criação, e outros não; mas é possível desenvolver. É possível você estudar, é possível você alterar sua forma de agir. E isso tudo está dentro do nosso escopo de treinamento também. Isto é algo bem atual. Precisamos encantar as pessoas. A intenção do imed Group é encantar os clientes, seja ele nosso contratante, seja nosso paciente, seja ele um familiar ou um colega médico de outra especialidade.
E o que que é encantar? Encantar é quando você tem a sua expectativa superada. Ser tratado de uma forma melhor do que você esperava.
Você recebe um atendimento (não necessariamente médico) diferente, um sorriso, de repente um brinde, alguma coisa que te deixa sair do local e pensar: “Puxa, não esperava por isso”. Uma fila pequena, uma gestão bem-feita, tudo isso faz parte deste processo de encantar.
Falando em fila, outra coisa bem moderna que também estamos fazendo dentro do Imed Group é a questão da gestão do pronto socorro, que, entre diversos assuntos, envolve também a gestão da fila, por exemplo. Toda essa parte de Educação dos nossos Coordenadores de Pronto-Socorro permite que o paciente passe o menor tempo possível, sem “desperdiça-lo”, por assim dizer, no pronto socorro. Que o tempo que o paciente fica ali seja um tempo útil e que agregue valor às suas necessidades, ou seja, que o problema que o trouxe ali seja efetivamente resolvido ou encaminhado da melhor forma.
Como agregar valor para o paciente? Trazer a ele um resultado efetivo, fazer o diagnóstico, afastar o que tem que ser afastado, confirmar o que tem que ser confirmado, tratar o que tem que ser tratado, chegar a um desfecho (tratar em casa, internar, operar etc.) dentro de um prazo aceitável e com qualidade. Tudo isso tem muito a ver com as novas tendências: melhorar o que se está entregando ao paciente e ao contratante, porque os custos são altíssimos dentro da saúde, os recursos são finitos, ou seja, nós temos então que ser eficazes. Estas são as tendências do momento, na minha opinião. ”
Medportal:
Fantástico! De que maneira vocês têm utilizado a tecnologia e de que maneira a tecnologia pode entrar como nossa aliada para solucionar esse tipo de problema, a demanda do tipo questões comportamentais?
Dr. Alexandre:
“A metodologia vai desde cursos presenciais (usar atores, usar situações) até a utilização do ensino à distância para treinar comunicação. Dicas, orientações de como fazer este processo de comunicação, explicitar esta questão. Falar de uma forma sincera dos problemas, fazer com que a pessoa que esteja assistindo a uma aula a distância se identifique com o problema, assimilando “Eu vivencio isso, isso é uma coisa que acontece comigo”. Entender como se colocar no lugar do outro, entender dicas de técnica de conversação difícil.
Tudo isso nós temos que passar não só por essa parte de técnica propriamente dita, mas como linguagem corporal, gestos, a questão facial, todas as expressões universais. Mais de 80% da nossa comunicação ou é feita por linguagem corporal ou é feito por expressões faciais. Apenas uma pequena porcentagem da nossa comunicação é feita de forma verbal.
Tudo isso podemos passar para as pessoas. Por exemplo, você vai falar com uma pessoa e não estabelece contato visual. Eu estou aqui com você na entrevista, de repente eu abaixo a cabeça e começo a ver o computador. Imediatamente houve uma desconexão.
A presença do computador hoje num consultório médico é uma realidade, todos os locais têm computador. E o médico precisa de alguma forma explicar isso para o paciente. Por exemplo: O computador não é uma desvantagem. Você pode usá-lo para mostrar um exame, para mandar uma pequena explicação sobre um assunto ao seu paciente, entre outras coisas. Além disso você tem que falar “Eu vou precisar escrever no computador por alguns minutos”. Você interrompe esse contato, mas de uma forma programada. E o paciente entende isso.
Outros exemplos simples: falar com o paciente no mesmo nível; quando o paciente estiver na cama, tentar sentar do lado dele; outra situação: estando dentro do quarto com o paciente, de repente você vai se aproximando da porta enquanto o paciente ainda está falando com você. Você põe a mão na maçaneta dando a entender a ele que você já não estou mais ali; ele está falando, mas você já está com o pensamento em outro lugar. Isso são posturas corporais e expressões faciais que infelizmente traduzem imediatamente para seu interlocutor que você perdeu o interesse na conversa, mesmo que você verbalize para ele o contrário. Esse tipo de mudança é o que visamos passar para o nosso pessoal, de forma continuada. Usar a tecnologia do ensino à distância e os métodos de ensino presenciais adequados para cada situação pode permitir ajudar nossos médicos a incrementarem seu desenvolvimento pessoal. ”
Medportal:
Tanto em treinamentos presenciais como através de plataforma, tecnologia e cursos online, é isso?
Dr. Alexandre:
“Exatamente. ”
Medportal:
Excelente. Dr. Alexandre, acho que poderíamos ficar horas aqui conversando. É muito agradável e obviamente uma honra bater esse papo com o senhor. É sempre muito enriquecedor. Nós agradecemos muito. Espero que tenhamos a oportunidade de reunirmo-nos e conversar outras vezes. Vai ser uma boa oportunidade para as pessoas terem acesso a esse conteúdo. Um grande abraço, obrigado pela oportunidade da conversa.
Dr. Alexandre:
“Eu agradeço a oportunidade. O Imed Group é uma empresa que está sempre aberta a novidades, inclusive um dos nossos valores é Inovação, e vocês tem feito inovação. É uma grande satisfação em tê-los como parceiros. ”

Saiba mais sobre Capacitação e Atualização: http://www.medportal.com.br/solucao/capacitacao-e-atualizacao

Equipe Medportal

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