Mais dois assuntos de extrema relevância para toda área da saúde foram apresentados nos últimos webinars do Interact Healthcare Education Program, iniciativa do Medportal que reúne grandes players para o debate, troca de ideias e soluções para o setor.
No primeiro encontro, a pauta girou em torno da “Empregabilidade e impacto econômico na saúde pela educação” – com participação do Dr. Alexandre Ísola, gerente do departamento de Educação Continuada do Imed Group Brasil; e do Dr. Caio Nunes, Business Development e Cofounder da Sanar.
Por sua vez, a segunda reunião abordou “As maiores causas de desperdício no ambiente hospitalar” – com presença do Dr. Welfane Cordeiro Júnior, consultor de fluxos hospitalares e sistemas de saúde; Dr. André Wajner, MD, MSc, PhD, FHM e CEO do Eficiência Hospitalista; e mediação de Ivana Siqueira, consultora em Gestão e Educação na Saúde.
“O Interact é palco ideal para contribuirmos com pautas necessárias para o mercado da saúde, unindo players e promovendo a interação entre várias pontas do mercado”, observou Thiago Constancio, CEO do Medportal e anfitrião dos dois encontros.
Educação e empregabilidade
O CEO do Medportal deu início à conversa de abril com dados desafiadores. De acordo com ele, durante um dos webinars da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), 97% dos participantes apontaram que estamos passando por uma crise na formação profissional.
Foi solicitado ainda que o público apontasse onde se concentravam os principais desafios relativos a esse tema: incentivo e reconhecimento ao profissional de saúde? Distribuição desigual da força de trabalho no país? Saúde mental dos profissionais? “Ao todo, 74% dos participantes marcaram a opção: todas as anteriores”, disse Constancio.
Segundo Ísola, há uma quantidade muito grande de médicos no mercado e nunca houve uma discussão sobre os mecanismos ideais de educação suplementar após a graduação – uma vez que as oportunidades nas residências são poucas e de longa duração.
O caminho, acredita ele, são cursos menores, mais dedicados à atualização do que à formação. “É preciso oferecer aos colegas possibilidades de atualização e capacitação que, ao mesmo tempo, estejam alinhadas às necessidades organizacionais nossas e de nossos clientes”, afirmou o gerente do Imed Group Brasil.
Já Nunes lembrou que não há soluções mágicas, de curto prazo. “As empresas concordam que a educação é uma ferramenta poderosa, de muito valor, mas enquanto organização elas têm dificuldade de apresentar isso aos stakeholders. O defensor da educação não pode estar sozinho e ser considerado como o que gasta – e não como o que investe dinheiro.”
Outro ponto é a dificuldade em criar os indicadores certos para mostrar que as técnicas de educação estão, de fato, dando resultado. “É preciso criatividade para se chegar aos indicadores corretos, capazes de revelar as melhorias promovidas pelo ensino. Assim, é possível comparar o investimento com o benefício”, disse o Cofounder da Sanar.
Desperdício em saúde: causas, efeitos e enfrentamento
O bate-papo de maio de certa forma dá continuidade ao anterior, uma vez que profissionais devidamente capacitados impactam diretamente no bom aproveitamento do tempo e de recursos.
Assim, Ivana apresentou números de levantamento feito na base de dados da plataforma Valor Saúde Brasil, da DRG Brasil e IAG Saúde, com 340 hospitais, que atendem juntos 1,6 milhão de vidas, tanto no SUS quanto na saúde complementar.
Ao todo, 53% dos custos assistenciais foram consumidos por desperdícios causados por falhas na entrega de valor. “Se isso fosse corrigido, poderíamos fazer 2,16 milhões de atendimentos a mais, beneficiando 6,25 milhões de brasileiros”, frisou a consultora.
Os participantes foram unânimes em constatar que um dos maiores gargalos hospitalares está no tempo de permanência dos pacientes nos hospitais, em especial na internação – segundo eles, em boa parte acima do necessário.
Para reestruturar isso, é necessário um processo em várias frentes, que passam pela eficiência alocativa, pelo modelo de pagamento e, acima de tudo, pelo foco na entrega de valor ao paciente.
“A tendência do gestor é sempre pedir mais: vai-se aumentando a demanda por pessoas e recursos, porém, isso vai cada vez mais ampliando os custos. Um dos pontos para sanar isso é o modelo de pagamento, que precisa incentivar a eficiência”, argumentou Junior.
Wajner afirma que o problema não é dinheiro: a alocação dos recursos é mal utilizada, muitas vezes sem focar no cuidado essencial: o paciente. “A jornada do paciente deve orientar as medidas de eficiência. Ninguém quer ficar no hospital, as pessoas desejam ter alta o quanto antes. Isso, quando bem-feito, melhora os custos da instituição, reduz os riscos ao paciente e, em larga escala, beneficia toda cadeia da saúde.”
Mais uma iniciativa do Interact acontece ainda em maio: nesta quinta-feira, dia 26 de maio, às 19h, teremos o webinar “Inovações em Cardiologia: o que muda na prática clínica?“. Você pode acompanhar gratuitamente, basta fazer a sua inscrição aqui.
Soluções Medportal
Fomentar o debate contínuo de desafios pertinentes ao setor é o objetivo do conjunto de ações do Interact. Além disso, visamos criar o link entre os assuntos debatidos e as soluções em ensino à distância da plataforma do Medportal.
Nossos serviços alcançam mais de 300 instituições de saúde e superam os 400 mil profissionais beneficiados. Por meio desse robusto ecossistema, contribuímos para a expansão da educação corporativa em saúde no País e em auxiliar que desafios como esses dos gargalos educacionais e de desperdício nas instituições sejam minimizados.
Afinal, longe de se configurar como custo, a capacitação e o aprimoramento contínuos apresenta-se como a solução para muitos de nossos problemas diários.
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